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QUEIMA-ME
Queima-me nessa tua chama,
No deleito desse forno a arder...
Queima-me o corpo e a alma,
Nessa fornalha que me reclama
E dessa forma que é teu saber...
Deita as minhas cinzas ao mar,
Nesse teu leito em tempestade,
Mas guarda o cardeal do lugar,
Para alguma busca na saudade.
Derrete-me nesse subtil jogo,
Em tal crepitar desse teu fogo
E no suculento das entranhas;
Num penetrar das tuas unhas,
Procura-me, nalgum arranhar,
Sem receio de como terminar...
O importante é como se ama!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
ESTE DESPERTAR
Neste meu ébrio despertar, repenso
Na tristeza, penosa e tão lamentável,
De quem nunca acordou para a vida...
Esse nascer sob um pôr-do-sol radioso,
Num desconhecido e infinito universo,
Em que cada cor nos irradia um sonho,
Tal a prodigiosa quietude e nostalgia,
No mais perfeito mergulho de magia,
Sobre uma nuvem do céu, perdida...
E meramente se olhou, tal a cegueira!
Será o princípio de um final medonho,
O deambular nesse nevoeiro intenso,
Em contraste com algo de imaginável
E fintando a madrasta vida, matreira,
Que mais valerá estar só, livre de seu,
... Só e entregue a si, que acorrentado
A perversos princípios de mera ilusão,
Pois de mais que isso nunca passarão,
Por tanto que o tempo seja dilatado.
Quando adormeço, acordo em sonhos
Que tanto gostaria de ter acordado...
Estando de braços abertos ao mundo
E nalguns poemas líricos e profundos...
Ver espelhos de sorrisos, como o meu!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( francisfotoProfimagens ©® )
TAMANHA OBEDIÊNCIA
Tão real é a minha indignação,
Como possível a minha razão...
Vezes, sem conta, penso-me varrido!
... Varrido, por tudo à volta sucedido
E sem sequer poder mexer uma palha,
No meio deste desabafo, como outros,
Palrando aos ventos, como uma gralha
E sem receber resposta que me valha...
Simples investidas em certeira malha,
Em cegos, sem de si nada enxergarem,
Seguindo à mão dos seus cabrestos,
Contentes e felizes, asnos, zurrando,
Obedecendo à voz de algum mando
E aceitando tudo o que lhes derem.
Tolhidos nos mais perfeitos arreios,
Carregando a mais nojenta albarda,
Lá seguem, em fila, dando pinotes,
Enquanto os montam e contentes...
Questiono-me, nos meus anseios,
Se estou louco, ou fora da carroça
E, com este jeito, não façam troça,
Pois minha couraça não é parda,
Como a cor de qualquer burro...
Pelo que penso, falo e não zurro!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
ALERTA DO BANCO DE PORTUGAL - Urgente e Importante...
Na mesma loja NUNCA passem o cartão em 2 máquinas diferentes com a desculpa de avaria no leitor de uma das máquinas.
Estão a ser detectadas cópias de cartões multibanco a um ritmo assustador. A maior parte delas em estações de serviço e bombas de gasolina (empregados espertos). Desconfiem se o funcionário do estabelecimento comercial vos pedir para passarem o cartão por 2 máquinas DIFERENTES!! A primeira é um gravador que lê a banda magnética e o respectivo PIN do vosso cartão. A segunda é que é a de pagamento.
Vão passando a palavra. Carmen Mouzinho . Técnica Superior . Direção-Geral do Consumidor . Núcleo de Apoio à Direção .
Praça Duque de Saldanha, nº 31 - 2º - 1069-013 Lisboa - Tlf: 213 564 647
TEUS PASSOS NESTE MAR
Este mar acalentou o teu chamamento,
Os teus passos, afagando as margens,
Enquanto procuravas os seus recantos.
Foi a força do momento,
Em que te deixaste acariciar
Na busca secreta de um saber desejar,
Envolver pelos seus braços, nos encantos
Do seu absorvente e sacudido corpo
E que desliza em ti,
Que te levanta os cabelos, cheios de espuma
Dessa ondulação que deslizou e senti...
Em todas e determinantes vassalagens,
Mais uma vez te estendes, num teu mimar,
Sabendo o que encontras nessa areia,
Quase macio e suave adorno de pluma,
Como se em suite imperial te deitasses
Com este mar, que tanto te anseia
E mais reclama
Nalguma voz, doce e meigo murmurar,
Em que nenhum bater de água apagará a chama
Deste atribulado passeio à beira-mar,
Tamanha a dimensão do crepitar,
Do calor que envolveu o teu corpo, em movimento
E desatino, pedinte, por mais que amasses...
Nas tuas pegadas, deixadas nesta praia e no tempo,
Ficará a saudade do que não foi feito
Nesse envolvimento, demasiado louco
E, por mais que muito, sabendo a pouco...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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