PROMESSSAS QUE SÃO LAMENTO
Que triste e maquiavélico mundo,
Miseráveis caminhos encontrados,
Poço de interesses e tão profundo,
Na desgraça dos mais desgraçados.
Política de quantos e não políticos,
Na sua usura e na maior ganância,
Guardiões de cofres dos mais ricos
E alheios às palavras e substância.
Num dito por não dito, mentindo,
Fazem promessas a todo o vento,
Desbravando as mentes, iludindo...
E dividem fileiras no parlamento.
Quanto queres, no quanto me dás?
Eis a tal questão, desses charlatões,
Que ora vão à frente, depois atrás
... E é vê-los, no palácio de figurões.
Depois danças tu, agora danço eu
E cuja música é sempre a mesma,
É obra do diabo, que tal concebeu
E deixando rastos como a lesma...
E são moncosos, como os caracóis
Engordando e que nem javardos,
Quantos investem, que nem bois
E eis-nos carregando os fardos...
E tais bestas estão bem definidas,
Passando o tempo a comer palha,
Carregando as favas e mais alfaias
E enquanto nada que lhes valha...
Mas haverá o dia da melhor pega,
Seja ela de frente, ou de cernelha,
Aplaudida por quanta gente cega
E no louvar desta minha centelha...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
EUTANÁSIA À DEMOCRACIA
Nesta eutanásia à democracia, compreende-se até que ponto o sistema político está vendido, ao mesmo tempo provando a falta de cultura dos portugueses. O Partido Comunista Português, alinhando com a igreja e com a direita radical, esqueceu-se do confronto, após o 25 de Abril, com os referidos, em que se distribuía a ideia de que na União Soviética da altura e por razões ideológicas, se comiam criancinhas... pelos vistos têm memória curta, para agora se servirem de uma afirmação muito idêntica, em que, na Holanda, os "candidatos" à eutanásia se refugiam na Alemanha, a fim de não serem "condenados à morte"; pelo menos é essa a mensagem que está a ser passada... A Holanda, um país com extensos anos de cultura e democracia à nossa frente, em que o seu povo sabe o que quer e para onde vai, – santa paciência e valha-me Deus! –, vale mais chamarem-nos, directamente, porque em público já o fizeram, de estúpidos e ignorantes, o que não está muito afastado da realidade. Os portugueses, na maior parte dos casos, agarrados ao fanatismo católico, de que só Deus tem o direito a tirar a vida, partindo do princípio que foi o criador da mesma, batem mais com as mãos no peito e seguem menos os ensinamentos de Cristo, embora ser católico não significa ser cristão, o que, infelizmente, se confunde. É tempo de aprender o conceito dos princípios da eutanásia e deixarem-se de hipocrisias... Ou se criam sistemas paliativos e públicos, capazes do alívio ao sofrimento do doente e sem engordar o sistema privado, ou se dá o direito a quantos de uma morte com dignidade, no maior direito de todos: ser dono do meu destino, enquanto ser livre e senhor da minha vida, numa sociedade justa, livre e democrática... VIVA A EUTANÁSIA!!!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
EIS QUE PARTEM
Eis que partem, os homens!...
Ficam os cobardes, os cegos,
Os surdos!...
Espreguiçam-se os idiotas,
Num sustento aos agiotas,
Entregando tudo aos lobos.
Partem os corajosos,
Ficam os bobos
E tantos burros!...
Eis que partem, os intelectuais,
Os artistas, pensadores e que tais...
Partem e não voltam mais!
Ficam as ervas daninhas,
Partem os heróis, em lamento,
Deixando rastos de lágrimas,
À procura do sustento...
Eis que partem, os pobres!
... Ficam os ricos e os chacais,
Comendo o que já não tens;
Não tens, nem nunca terás,
Pois são mais os que roubam,
Àquilo que tanto dás,
Que aqueles que trabalham.
Numa esperança tão audaz
E que demais não és capaz,
Olhas, ao que fica para trás
E partes, nessas tuas dores,
Deste berço, que chorarás!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Ei-los que partem - Manuel Freire https://youtu.be/A1Mc-Obm2Y8 )
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JARDINS PROIBIDOS
Suspendo-me, nalguns jardins de ilusão
E num mundo que tanto me faz pensar;
Sou flor murcha, em cima de um balcão,
À espera de alguém, que a possa regar.
Sou arbusto, para outros erva daninha,
Na sequeira de terrenos abandonados,
Outras vezes em terra bem regadinha,
Aguardando sementeira e teus arados.
Sou herbácea morrendo pelos cantos,
Pendurada de qualquer muro e seca,
Espalhada à vastidão de teus campos,
Esperando uma gota de água fresca.
Refresco-me nalguns cálidos ventos,
Expondo-me nalgum Sol, em delírio,
Rodeado de pisadelas e sofrimentos,
Por paragens de loucuras e martírio.
Sou flor da serrania, recolhida por aí,
Resistência nas intempéries da vida,
Tropeçando, sem saber pelo qual caí,
Ao direito da melhor luz e merecida.
Sou a alma do monte, raiz de torgas,
Em cores de luto e demais retorcida,
A trepadeira e estendida nas corgas,
De lado à pedra e melhor protegida.
Sou o cacto, sequioso e pelo deserto
E nas mais lindas cores dos rebentos,
A sobrevivência a quem e tão perto,
Busca minha sombra e novos ventos...
Ou derradeiro dos jardins suspensos,
Florindo por este tão estéril mundo,
Os rebentos, seleccionados e tensos,
Por entre as rochas do mais imundo...
Sou a árvore, de ressequidos galhos,
Voltados ao chão, tanto esquecidos,
Bom suporte a demais espantalhos,
Tronco e banco, de jardins proibidos...
Serei a pétala de roseira magistral
E pelo meio de adversos espinhos...
Sou a mistura de cores e sem igual,
De uma raseira e soar de ancinhos.
Serei o buquê de ilustre cerimónia,
Lançado ao ar e por tal disputado,
Serei louro e ornamento de glória,
Queimado ao vento, abandonado...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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ESTA MINHA ESCRITA
Para vos encontrar,
Bastam as pedras da calçada e rastejar,
Como muitos e não beber mais nada
Que o azedo da palavra que me é dada.
Basta-me descer a esse nível,
Aceitando tudo o que me é dito,
Mesmo o que não seja concebível
E por ser de tão maldito...
Basta-me engolir o que me é dado,
Comer à mão de qualquer,
Tornar-me num desgraçado,
Fazendo, de mim, o que quem quiser.
Escrever o que me ditarem,
Não na minha, mas na sua métrica
E ditando-me o que mais tiverem,
Como se palavras de aritmética.
Mas não, nunca conseguirei ser assim,
Sendo eu mesmo e fiel a mim,
O que sempre fui, o que sou
E a que ninguém me moldou.
Recto, convicto e anarca, quanto basta,
Animal de corrida, na pior competição,
Corcel majestoso, feito besta,
Sempre que me tiram da razão...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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VIAGEM DE CRUZEIRO
Quero ser o barco ancorado
Em teu cais, bem protegido,
Belo iate, dando nas vistas
E de casco melhor tratado,
Pronto para a grande viagem,
Mares adentro, recantos de sonho,
Resoluto na abordagem,
Olhar os picos da paisagem
E com o mundo a meus pés,
Por essas águas de lés a lés.
Quero ser a firme âncora,
Presa aos teus problemas,
Fateixa de qualquer hora,
Firme quilha no enfadonho
E obrigando a vassalagem
Os portos de todo o mundo.
Quero ser paquete de luxo,
De todos os teus confortos,
Em cartografia de bruxo
E magia de teus confrontos...
Arrastar-me nas tuas areias,
Deslizando às melhores ondas,
Escolhendo por entre sereias,
No meio de águas profundas.
Quero ser o majestoso veleiro,
Partindo a Sul, em cancioneiro,
De velas abertas, o dia inteiro,
Num azul celeste e soalheiro...
Quero ser a mais bela caravela,
Fazendo viagens a vida inteira,
Sejam curtas, ou de cruzeiro...
Dia e noite, robusto barco a vela,
Tendo-te como marinheira...
E Estrela Polar de marinheiro.
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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CATARINA EUFÉMIA
Catarina, Catarina, onde andas?
Por onde andas, nos nossos dias?...
Fazem-nos falta as tuas lutas
E das quais não te rendias.
Esses trigais, por ti mondados,
Foram alimento, força do povo,
Por esses campos ceifados
E que nos inspiram de novo.
Por onde andas tu, Eufémia,
Que tanta falta nos fazes?...
Quero esperança na tua glória,
Já que não há homens capazes.
Ai, morena, trigueira lutadora,
Mulher, mãe, analfabeta,
Diva, guerreira, inspiradora
E acima de qualquer faceta.
Queimam-me o corpo, as balas
Que fizeram de ti mártir,
Alimentam-me as tuas palavras,
No momento do teu partir.
Filha de camponeses sem terra,
Mas com searas no coração,
Dobraram os sinos, em guerra,
Pelos campos de Baleizão...
Choram-te teus filhos, esta gente
E tantos que nem te merecem...
Roga-te quem te tem presente
E aqueles que nunca te esquecem.
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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TORRE DA BABILÓNIA
Tanto o que sei, ou és a torre,
Ou ilusão, meramente babel...
Sei-te, em tal que me ocorre,
Possível edificação no papel.
Nesse canto e mar de areias,
Serás e numa certeza porém,
Sempre algo que tão anseias,
Tal seja por aí, ou mais além.
És o questionável trocadilho,
Em tão indecifrável confusão,
Neste mundo, que é teu filho,
Nalguma busca à exactidão...
Foste a língua emancipada,
Tentativa de chegar ao Céu,
Numa forma estereotipada
E de se lhe dobrar o chapéu.
Tal terra fértil, entre os rios,
Jardins suspensos, Babilónia,
Frondoso verde, de calafrios,
Berço do homem e da glória.
Confronto de história e mitos,
Tamanho culto, rica e miséria,
Nome de algazarra, de gritos,
A arte bíblica e não tão séria.
Prazer e mãe das prostitutas,
Heterónimo do mais devasso,
Palco das mais terríveis lutas,
Reino de pretérito progresso.
Eminente torre de menagem,
À humanidade, em ascensão,
Possível parábola, mensagem
E de nos prender a respiração...
Prenúncio e Sagrada Escritura
E argumento dado aos crentes,
Leitura que ao tempo perdura,
Nos templos de tantas mentes.
Foste arte e, na tua dispersão,
O berço de quantos teus filhos,
Quantas contendas, perdição
E a torre de pináculos sarilhos...
Porém, que sejas cúpula e paz,
À palavra de quem seja crente,
Esmero, força e audácia, capaz
De unir Noé e toda a sua gente...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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PALESTINA, TERRA MÁRTIR
Corre sangue pelos teus campos,
Palestina e terra mártir;
Choram teus filhos, em luto,
Às mãos de um invasor,
Esse povo tão astuto,
Pelo meio de tanta dor.
Triste e esquecida nação,
Que sem qualquer protecção
É um povo sofredor,
Às mãos de quem, sem pudor
E, mesmo que se passem anos,
Algum dia há-de partir.
Fazem-se cegas as nações,
Fecham-se às tuas razões,
Encobrindo o infractor
E não ouvindo o teu clamor...
São interesses escondidos,
À sombra de tanto dinheiro,
Que tornam bem protegidos
Os que matam a tempo inteiro.
Pobre Palestina, nesse teu destino,
Pobre povo, morto menino,
À ganância de tantos loucos
E cumplicidade dos moucos.
Professa-se uma obra divina,
Mata-se em nome de um Deus,
Numa doutrina cretina
E sem julgamento dos réus...
Sacrificada gente, pobre Palestina,
Miserável déspota, triste sina!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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