MUNDO DE PARASITAS
Escancarem-se as portas deste mundo,
Neste frio e que nos gela as entranhas...
Deus dos crentes, como posso ficar mudo,
Se não nos salvaguardas a tantas manhas?...
Teus filhos, – se ainda o são! –, estão loucos,
Perdidos, pelo quanto fazem,
Por rotas do egoísmo e tanto moucos,
Espelhados de virtual imagem.
Justificam-se os fins e ninguém se conhece,
Pelos meios em que nada importa,
Salva-se quem puder, não quem merece
E ficando de fora, no bater da porta,
Homem, mulher, criança, ou velho,
Preto, branco, vermelho, amarelo,
Tenha mansão, ou viva sem telho,
Não interessando ser, mas parecendo sê-lo...
Ai, estas malditas correntes de ar,
Que e demais, já nos sufocam
E que, por este maldito andar,
Balançam a corda, com a qual nos enforcam...
Proxenetas, políticos, astuciosos parasitas,
Prostitutas e exploradores de prémios,
Estendendo armadilhas, em caças malditas
E declarados membros dos mesmos grémios...
Advogados, juízes, armados de bem,
Fazem-se em fila e de garras afiadas,
Desmembrando tudo e quem algo tem,
Espalhando sangue nas suas dentadas...
Cerrem-se as portas aos ventos que sopram
E deixem que sigam a sua onda, de mansinho,
Mas não se temam, ou se calem, ao que falam,
Por mais que gerido e tenebroso, tal caminho.
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
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O TEMPO...
Como o tempo avança, sem parar,
Vencendo a corrida e sem perdoar...
E nunca se atrasa, nem se adianta!...
Despede-se da Lua,
Abraçando o Sol, que se aproxima,
Prisioneiro ao que mais estima,
Na luz e sombra, que lança à rua.
A nada se prende, tais as suas asas,
Por céleres voos a que se impõe
E sem se justificar a regras,
Fiel ao que se propõe
E sem escutar o que mais se canta...
O tempo é filho do Universo,
Neto do mais infinito Cosmos,
Surdo a quanto de controverso
E nas hipocrisias que propomos...
Na sua inalterável convergência,
O tempo é mártir da arrogância
E improvisos da humanidade,
Vendido às mãos da ganância,
Vítima do absurdo e falsidade,
Sarcásticas opiniões e vaidades,
Mas nunca refém de vontades,
Do homem, ou corrompida ciência!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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SILÊNCIO DOS IMORTAIS
Nesse silêncio dos imortais,
Todos partem...
Uns demasiado cedo
E outros tarde demais.
Há quem a terra mereça pisar
E a quem a mesma deveria pesar
E que, prematuro, no Inferno ardem...
Há quem, a glória, nunca será silêncio
E quem, a vitória, será póstumo doentio,
Em tamanho e compadrio enredo.
Aos imortais, pertence a obra,
Merecida e na maior humildade,
A bênção de quanto sobra,
A essa morte, por quanta eternidade!...
Aos outros, o reconhecimento será pouco
E só em citações roucas de qualquer louco.
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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. UNS SOBEM, OUTROS DESCEM!...
. SIGO NAS CALMAS, OLHANDO ...
. SOBREVIVÊNCIA NO SILÊNCIO...