ASSIM SOU EU
Eu sou nato num palheiro,
Limpo e arrumado à pressa,
Família de rasco dinheiro
E o resto pouco interessa.
Pode parecer uma mentira,
Mas acreditem no que digo,
Não é nada que me fira,
Ou que tal mereça castigo.
Passei a abençoado divino
E transeunte deste mundo,
Neste meu feitio quão fino...
É um dom que me persegue,
Neste meu ser, tão profundo,
Não havendo quem o negue!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem privada ©® )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
COSTA DE MARES
Ah, como adorava ser gaivota,
Sobrevoar toda a costa e pipilar,
Contente, na mais extensa rota
E sem a menor poluição no mar!
Planar longas distancias de areal,
Simplesmente cobertas de areia,
Gente preocupada e num ideal,
De preservar, enquanto passeia.
Gostava de falar, ouvir os peixes
E enquanto nos restem soluções,
Num pedido para que não deixes,
Para trás, a razão das suas razões...
Sacos, garrafas, restos que ficam
E que não existiam até chegares,
Sendo que pouco te glorificam,
Nessa pegada, quando abalares.
Ah, como gaivota, adorava ver,
Num serpear, sobre areia clara,
Prova de quanto e tu dizes ser...
O ser civilizado e que não pára!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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MENTES PERVERSAS
Não acredito em nada, nem em ninguém...
A família vale o que vale
E os amigos são o que são!
Não havendo regra sem excepção,
Todos nos tentam atropelar,
Sempre que surjam oportunidades
E sem nada a mais olhar,
Espreitando as suas vontades
E o que interessa é ir além.
Assim, não há ninguém que me cale,
Ou que me tente adormecer,
Nestes tão olhos abertos,
Por culpa de algum sofrer
E tentativas de espertos...
Acredito no que vejo,
Menos no que alguém falar,
Não valendo qualquer pejo,
Quando me tentem escoicear!
A mente humana é perversa,
Escondendo as verdades
E já não vou em conversa,
Nem tão-pouco em humildades,
A que só os ingénuos ficam pobres,
Guardando os ricos os cobres,
Que tanto nos marcham de lado,
Ao modo de zé-soldado...
O tempo ditará as razões,
De quantos, em ilusões,
Passam a vida adormecidos
E a pensamentos rendidos!...
Nada que o tempo não responda,
Dando qual resposta certa,
Como se, em mesa redonda,
O estômago que nos aperta.
Feliz, quem não tire a prova dos nove
E que razão não encontre,
Do contrário que o comove
E que à porta não lhe entre...
O ser humano é perverso
E provem-me o controverso!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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FESTAS POPULARES
Diz-me, meu Santo António,
Com a ajuda de São João,
Se nos resta património,
Neste país de tanto ladrão?...
São Pedro, dá-nos um salvador,
Que nos seja a resolução,
Que este povo morre na dor
E sem procurar a solução!...
Vivendo neste seu tédio,
Sofre ruas de amargura
E algo de muito sério...
Somos um povo conformado
E profetizando loucura,
Sem alma de um revoltado.
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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POR ESSAS ESTRADAS
Enrolo estradas de asfalto
E por entre túneis de pinheirais,
Com o vento que sopra bem alto
E cruzando-me com alguns pardais...
Sopros sacudindo a poeira,
Que agarrei por esse caminho
E a quem chamo de companheira,
Sempre que tanto ando sozinho.
Fala-me a brisa, ao ouvido
E para me manter mais desperto,
Para que siga no meu sentido
E sem destino de pouco certo...
Campos verdes, ou que outros vejo,
Em fuga e sempre a meu lado,
Que vão correndo a meu desejo,
Num ritmo quanto acelerado...
Encontramo-nos, lá no certo fim
E mesmo que não sabendo onde,
Sem um atraso, espera por mim
E, por tal, que nunca se esconde.
Enrola-se o Sol, com o vento,
Fazendo-se de acompanhantes
E ouvindo um qualquer lamento,
Por aventuras de viajantes.
Juntam-se luar e Universo,
Com a noite seguimos viagem,
Correndo, no sentido inverso
E por rotas de outra paisagem.
Chegado o momento de parar,
Vão-se sonhando outros destinos,
Ainda com o motor a vibrar
E em que tais planos de meninos...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( francisfotoProfimagens ©® )
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CIDADE DE ENCONTROS
Cidade, que não te mostrei gratidão,
Que te ofereceste e não te procurei,
Te abandonei e sem qualquer razão,
Que mui me brindaste e nada te dei.
Cidade, despida, que me procuraste,
Que me saciaste nessas tuas artérias
E que por estes olhos tanto brilhaste,
Menina e moça, de loucas maneiras...
Que me recebeste de braços abertos,
Me deixaste penetrar tuas entranhas
E a que meus olhos foram despertos.
Cidade e que te deste a meu escalar,
Prisioneiro de deveras tuas manhas,
Por sete colinas, nesse teu encantar...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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