ANDARES DA VIDA
Trezentos e sessenta e cinco andares,
Persistidos de uns seis patamares,
Horas de escaladas e cansaço,
Sozinhas, ou por certo abraço…
De reflexões, por tal caminhada,
Certa, ou sequer dando em nada,
Esforços e por suores da vida
E num quanto de irreflectida…
Em que a esperança é suprema
E seguir em frente é o lema,
Na bússola de outras cruzadas…
Rios de correntes abençoadas,
Límpidas águas de soluções,
Em mergulhos de emoções!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
DEMOCRATAS DA TRETA...
Ridícula, tal democracia que temos,
Dita de direito e audácia de pensar,
Pois, naquilo que demais lhe vemos,
É que outro juízo não se ouse passar!...
É mãe dos intitulados democratas,
Defensores de uns tantos direitos,
Desde que outros sirvam de gatas,
Para impingirem os seus conceitos!...
É-se democrata aceitando o já dito
E sendo que nosso dito já não conta,
Mas o discurso de um certo erudito...
E que nunca passou de um palhaço,
Rindo-se de alguém a quem monta,
Tal gente e da qual nem parte faço!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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QUINTA DE REGALEIRA...
Homem, que é homem, serpenteia,
Mas nunca se desvia...
Alguém morreu com a menção ao pescoço,
Por tal inscrição e não por esboço!...
António Carvalho Monteiro, tal figura,
Quinta da Regaleira, que ainda perdura,
Num passar de anos e recordações,
Mítica mansão de filosofia e emoções!...
Mentor de uma época por excelência,
Homem e cujo seu tempo enaltecia,
Por mais que formado nas razões...
Por conseguinte, vero filantropo,
Senhor de vasta ciência e do tempo,
Omitido no espaço e nas menções!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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MOMENTO DOS MOMENTOS
Não existe passado, presente, nem futuro,
Existe, simplesmente, o momento!...
Um pretérito, no qual aprendi,
Este presente, repleto de interrogações
E um desconhecido, por demais duro...
Um percurso de advento,
Pelo qual certa vez me prendi,
Feito de promessas e contracções!...
Quanto ao passado, nesse me perdi,
Caminhadas e trilhos de poeira,
Merenda no bolso e sacola às costas,
Ensebadas botas de tropeções...
Tombos, sem a que me rendi,
Questionando a mais vasta asneira,
Quantas das vezes sem respostas
E deslumbrando este momento de razões!...
Esse passado ficou muito lá para trás,
Alimentou-me a vida que sonhei,
Horas sem sono e de reflexões,
Suores frios, gravados nos lençóis...
Haja, no momento, algo que me dás,
Pinceladas de paz, por cujo desenhei,
Espadas que cortaram desilusões
E se afiaram em outros sóis...
Em cintilantes e soberbos raios de luz,
Forças que me acompanham noite e dia,
Me alimentam, como se divina iguaria,
Em manjares de deuses e palácios...
Farol, que na penumbra me conduz,
Indicando-me a chama que assim ardia,
Fora de portas e prisão que já não queria,
Por demais sonhos de futuro e meus rácios!...
Nesta amálgama de tempos me debruço,
Como, sofregamente, o que me servem,
Saboreio o quanto oferecem de possível,
Ou no mais que soberbos os condimentos,
Cozinhados, tanto num sorriso, ou soluço
E longe de conjugações que tal se elevem,
Por algum tempo e cujo me foi discutível...
O momento, esse é fervura dos momentos!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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ENCONTROS DE PRAZO
Chamei-te e nem sequer olhaste,
Fazendo que não me reconheceste...
Seguiste, no teu caminho,
Muito de mansinho,
Levando-me atrás de ti,
Sem questionar porque por aí parti!...
Olhámo-nos, seguindo cada qual pra seu lado,
Na promessa oculta do oculto esperado,
Algo que ambos tão bem conhecemos
E pelo que um dia nos encontraremos...
Sorriste-me, na malícia do ainda não chegado,
Pois que o caminho estava trocado
E que à hora certa me encontrarias,
Faltando ainda anos, quanto mais dias!...
E lá seguimos, no nosso destino,
Ambos em desatino,
Eu nos encontros da vida
E tu na busca de quem já a tinha por perdida...
Alguém a quem te passas por amada,
E, para teu prazer, atendeu a chamada!...
Eu na minha, por enquanto, sorte
E tu fazendo jus do teu nome... solene morte!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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SÍNDROME DA CAGANEIRA
Tal síndrome da caganeira,
É a maleita de certo povo,
Passando uma vida inteira,
Sem que faça algo de novo.
É um síndrome de geração,
Passado de pais pra filhos,
Declarado numa entoação
E nuns quantos andarilhos...
Conseguem meros canudos,
Sem sequer saberem como,
Revelando-se uns pançudos...
Manifesta-se um tal inchaço,
Em quem nem leu um tomo,
Sintoma de shots de bagaço!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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OLHO ESTA SOBERBA IMENSIDÃO...
Encosto em qualquer berma
E bebo do silêncio envolvente,
Do chilrear dos pássaros,
Da aragem fresca, em carícias...
Saboreio o aroma da terra
E da imensidão do verde,
Das flores que ainda resistem.
Recolho um imagem,
A que seja recordada,
Num futuro em que nada exista,
No evidente e não por vidente...
As sobras serão os fumos de guerra,
As balas, os colapsos da bolsa,
Os corpos esfomeados e misérias,
Das promessas que nos mentem
E sonhos que nos sairão caros,
Utopias, não passando de miragem!...
Sigo esta minha estrada,
Pelos campos rasgada,
Ou em tanto sinuosa e falsa,
Mas de uma paz abençoada,
Por quanto a vista avista,
Porém numa reflexão tanto enferma...
E fervendo-me as artérias,
Mas desfrutando as ainda delícias...
Um colorido do céu, em final da tarde,
Num imenso de nuvens que restam
E encenado espectáculo que mostram!...
O mundo é ainda belo!...
Oiçam o seu derradeiro apelo!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( francisfotoProfimagens ©® )
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LUZ QUE SE ARRASTA
Sou o rasto de luz que se arrasta,
Nalgum firmamento de estrelas,
O mais sereno ser de uma casta,
Luzes que ninguém quer vê-las...
O que sobra de estrela-cadente,
Foco errante perdido no espaço,
Em busca de sonhos e de gente,
Que alcancem aquilo que traço...
O brilho, que pelas noites se faz,
Buscando auroras, de tão audaz,
Mas se apaga na distância da luz...
Sou lírico, nos sonhos de outros,
O que fica, esperança de loucos,
Cauda restante, enquanto reluz!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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PUTAS SÉRIAS...
Puta, não é aquela que ama
E por puta de quem a chama,
Mas aquela que parece séria,
Não passando duma galdéria,
Enrolada de dia, até às tantas,
Pelo meio de quantas mantas…
Essa sim, é a maior das putas,
De quantas, das mais astutas...
Olham, desejam o que vêem
E por desejo que lhes dêem!…
Separem as putas e amantes,
As vendidas e as escaldantes...
Por esta noite, nossa parceira,
Sê amante, puta a tal maneira!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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PRESIDENCIAIS MEDIÁTICAS...
É lúgubre, mas é verdade,
Que neste país democrático,
Andam todos, na realidade,
Rendidos ao tom mediático!...
Os partidos sendo o que são,
De políticos e charlatões
E ainda quem dê razão
A tal seita de aldrabões!...
É raro um independente,
Por candidato a presidente,
Havendo que votar nos mesmos...
E escolhidos pelos partidos,
No mesmo poleiro erguidos,
Defendendo os mesmos termos!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
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