SÓ DE IDA, POR FAVOR, SEM REGRESSO!...
Quando chegar a hora, comprarei o meu bilhete,
Tão-pouco perguntarei o preço e sem preocupação,
No entanto, – sim! –, farei questão em ser só de ida,
Pois e por suposto, o Diabo já terá casa para mim,
Embora possa vir a pensar melhor e no de volta,
Não vá o gajo tecê-las e deitar-me de novo à solta!...
Levarei comigo, toda a minha bagagem de vida,
Do pior e que de melhor possuir no meu lembrete,
Fato novo, sapatos domingueiros, por antecipação,
Não queira Deus que faça escala por algum jardim,
Ou naquele azar de chegar num feriado,
Não podendo comprar vestes e tão amarrotado!...
Chegarei a horas certas, seja à partida e chegada
– E que o raio do transporte não se atrase! –,
Pois que terei marcada uma emocionante farra,
– Não que nesse destino de novo me case! –,
Mas porque me esperará uma insigne fanfarra,
Cuja se faça convívio, nalgum par de dança,
Pratos de iguarias, seguidos de bruta mariscada
E o deixado para trás não passe de lembrança!...
Vai ser comer, dançar e beber, até rebentar,
Tanto que o tempo, por tal lado, não irá faltar!...
Um bilhete, faça-me o obséquio, mas sem regresso!...
Como!?... Porquê é que estou assim vestido?...
Ah, não!... Não vou para nenhum congresso,
Mas porque nunca me aperaltei pelo devido!...
Manuel Nunes Francisco ©®
- Imagem da net -
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