ESQUERDAS POR DIREITAS
Comungo a esquerda humanista
E longe, sequer, a ser comunista,
Mas e no termo, mais que tantos
E não entendendo esquerdalhas,
Por tanta treta, conversas rascas,
Tão similares a opinião de tascas,
Lançando farpas, num à-vontade
E em juízos de repetidas malhas,
Camuflando partes da verdade,
No perigo para todos os sistemas
E problema cognitivo surrealista,
Em quantos absurdos teoremas!...
Prefiro correr pela minha pista,
Entregue a meus pensamentos
E ao largo de qualquer direita,
Pois que direita, só a qual dita,
Frontal, seja ela com quem for,
Num quanto prazer, ou amor!...
Tão-pouco serei um iluminado,
Mas sem os fusíveis queimados
– E como tanto aparvalhado! –,
Estes bem encaixados no lugar,
Ao revés de uns certos ilustrados,
Mas repetindo-se nalgum cagar!...
Manuel Nunes Francisco ©®
- Imagem da net -
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
RECORDAÇÕES DOIRADAS
Procure nos pensamentos, pelo vazio,
Entenda tudo o que já ficou para trás,
Pegue nos livros, pelos quais estudou,
Volte pelas mesmas ruas onde andou...
Rebusque as mesmas praias de estio,
Esquecendo qualquer das ondas más!...
Olhe para o que era esquecido, sonhe,
Por tais os atropelos que então viveu,
Separando o que de bom ficou de seu,
Não deixando que fria chuva o molhe,
A que todo esse passado é o presente,
Por mais que não o aceite de repente!...
Tente relembrar amigos que esqueceu,
Pois que foram aquele fogo que ardeu,
Pilares de uma vida e que permaneceu,
Mas que tanto no tempo se esvaneceu!...
Procure, vá ao baú, olhe esse seu fundo
E, se encontrar, veja tudo o que perdeu,
Enquanto perdido, no seu vazio mundo,
Deixando atrás a vida, que vida lhe deu!...
Telefone aos amigos, – aqueles amigos! –,
Esses de quem já tampouco se lembrava,
Alguns que infelizmente já terão partido,
Porém merecedores de alguma atenção,
Pela melhor lembrança na ida aos figos,
Disputa de bola, ou num sarilho metido
E que, de tão putos, nem tinham noção!...
E quantos companheiros ainda recorda,
Ou dos professores, que aulas lhe dava
E por demais vezes lhe diziam: acorda!...
E que, no fundo, tanta graça lhe achava,
Ou, algumas vezes, de burro o chamava?...
Quantas namoradas gostaria de recordar,
Dos encontros secretos e quão atrevidos
E dos namorados, cujo em nada veio dar,
Salvo um par de estalos e tão merecidos?...
Quantos desses, ainda resta lembrança,
A esperança de se voltarem a encontrar,
Trocar umas gargalhadas, numa bonança
E espirito de tais nomes ainda a soletrar?...
Quanto ficou para trás e que já não volta,
Voltando unicamente a memória à solta?...
Aventuras que foram e recordações são,
Aqueles carrinhos de madeira e esferas,
Em tosco e loucas corridas de empurrão,
Combates de espadas, índios e guerras!...
Agora e cujo caminho está ficando curto,
Encontre o sinal, na travessia do deserto!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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