ANDORINHA, QUE GOSTARIA DE SER...
Sou, simplesmente, como as andorinhas,
Parto, numa configurada rota, mero destino,
Prisioneiro de horizontes e loucuras minhas
E em busca do mais sonhado hino...
Deslizo ao sabor do mais soprado vento,
Frio, quente, ou mesmo que tempestuoso,
Na busca do desconhecido, fuga a qual lamento,
Ou ditadas regras, por qual documento sinuoso...
Bato as asas, expandidas e planando,
Livre, numa soberba viagem sem fim,
Bem no alto, orgulhoso e tudo olhando,
Enquanto outros observam e invejosos de mim...
Chilreio, faço piruetas e voos esquisitos,
Rápidos e demonstrações aguerridas,
Talvez que procurando ditos e mexericos
E pelo meio de tantas intrigas desmedidas...
Que fazer, quando tudo parece ser meu,
Sabendo quantos recantos tem o mundo,
Desfrutando tudo o que a Mãe Natureza me deu
E brincando, num voo raso, ou profundo?!...
Que culpa tenho eu, se outros não querem viver,
Mesmo que saibam ter uma só vida,
Esperando pela morte, à beira de enlouquecer
E sem visão, mesmo pelo pôr-do-sol da partida?!...
Sou, orgulhosamente, uma qualquer andorinha,
Invejada, talvez que demais sozinha,
Num desafio da vida e de tanto minha
E sem me preocupar ao que o futuro adivinha...
Portanto, vou sobrevoando os horizontes,
Lutando contra todas as intempéries,
Descendo aos vales e subindo sobre os montes,
Rodando o meu filme, visionando as melhores séries...
E olhando o Sol, deslizando ao longo dos céus,
Tentando alcançar as nuvens, sejam de que cor,
Sem preocupações de juízos, fazendo parte dos réus
E alcançando a vida, no seu máximo esplendor!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
BOCAGE, O REAL...
Ai, Bocage, tal ilustre poeta
E fazendo por cá tanta falta,
Sem qual conversa da treta,
Dando na cornadura à malta!...
Pela quanta escrita sublime
E que não tendem entender,
Mas havendo quem a estime
E que os demais se vão foder!...
Bocage, crítico e tão satírico,
Tanto odiado, como amado,
Por tamanho caminho lírico...
E na mais ternurenta poesia,
Outras a cutelo e depravado,
Acutilante, surdo à hipocrisia!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
ÉS UM SANTO DE FALSIDADE!...
Dizes-me que és um santo,
Pois te dás bem com toda a gente!...
Errado, ao que não passas de um falso,
Conspirando contra todos,
Mas lambendo botas de circunstância!...
Procuras, somente, os teus interesses,
Nessa tamanha ingratidão,
Enganando os mais inocentes
E sem a menor compaixão,
Armado de amigo e sem discussão,
Fazendo crer o que não és,
Limpando aos outros os teus pés,
Numa venda de ilusão,
A quantos de tão dementes,
A quem vendes coração a rodos,
Quase os lançando em pranto,
Nessa tua astúcia, que tanto mente,
Explorando a ignorância,
Por crenças, – que não te confesses! –,
Levando quantos ao cadafalso!...
Dás-te com todos e quanto podes,
Vendo aqueles que mais fodes!...
Reconheço e aceito que és esperto,
Mas deixa-te de baladas
E de tantos contos de fadas,
Pois nunca vi relâmpagos sem trovoadas,
Nem degraus sem haver escadas!...
À tua morte, que te pese toda a areia do deserto!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
PATRIOTA E MACHO...
Segue, pesaroso, esse teu caminho,
Obediente, cariz baixo, mas feito macho,
Subserviente e mansinho,
Servindo, aos espertos, de capacho!...
Segue, nessa tua sonolência,
Pensando e gritando, que estás acordado,
Transbordando de demência
E candidato ao prémio de amado...
Segue e não te desvies das pedras,
Pega nelas e leva-as contigo,
Entrega-as, de graça, aos adorados merdas,
Porcos, nojentos e demais desígnios, quais não digo!...
Olha-me, odeia-me, chama-me aquele nome,
Simplesmente porque a ti sou diferente,
Mas não te esqueças que és tu quem dorme,
Enquanto sigo, acordado e em frente!...
Segue, continua esse teu mandado destino,
Temendo a morte, mas esperando-a sentado,
Acreditando que és a salvação, merecendo o hino,
Enquanto não passas de pau-mandado!...
Metes-me escárnio, vómito e nojo,
Destruidor da tua e minha liberdade,
Pega nalguma arma, que tenhas num estojo
E mata-te, pois que não deixas saudade!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
INFELIZ PÁTRIA AMADA
Ah, minha infeliz e pátria amada,
Por que caminhos andas a chorar,
Numa triste cruzada encontrada
E sem saberes aonde vais parar?!...
Correm águas de sal em teus rios,
Choradas lágrimas de uma nação,
De um povo, vazante de arrepios,
Cores turvas, em perdida emoção.
A quem culpas essas tuas dores,
Nas quais tropeças em teus dias
E te entregando a tais doutores?!...
Pouco mais, ficarás tanto pobre,
Acamada, em tamanhas agonias
E qual doença que mais te sobre!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
ENTREGUES AO DIABO
O Diabo veio e ronda à solta,
Ao de longe lhe sinto o cheiro,
Canta e dança, à nossa volta,
Quer seja noite, ou dia inteiro...
Trouxe uma guarnição com ele
E confiança nos seus discípulos,
Com armas pra nos tirar a pele
E a vacinação para os testículos...
Sem haver quem mostre garras,
Ou vontade por entre os dentes
E de contentes, como as cigarras...
Havendo ainda quem os acolhe
E mentiras por verdades crentes,
Pois dessa farsa os louros colhe!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
AÇAIME DA HUMANIDADE...
Sinto-me estranho pelas ruas,
Quando os cães me olham e ladram,
Vendo-me de açaime tão estranho!...
Talvez pensem que mordi o tal cão,
Aquele, cujo e de tanto falam,
Ou que lhes comi a ração
E sendo eu animal tamanho,
Seja debaixo de Sol, ou de luas!...
Ele pode andar a cagar, ou passear,
Enquanto eu devo ficar em casa,
Numa obediente subserviência
E falta a outros de inteligência,
De um escravo não passar
E tendo que encolher a asa...
Que o vírus, – o malvado! –, anda no ar,
Mas devo abrir as janelas para arejar,
Só não me podendo deslocar,
Nem o mesmo ar respirar!...
Quem me vê, aponta-me desconfiado,
Esquece-se que trabalha a meu lado,
Vai nos transportes para o trabalho,
Às compras, no supermercado,
De me ter encontrado nalgum fado,
Numa festa de privado e... que caralho!...
Assim, fico a pensar,
Se o pobre animal não terá razão,
Nesta merda e mundo em convulsão,
Numa tal doença da cabeça,
Poucos havendo que a mereça,
Pois não a têm para raciocinar...
Se a cortassem, ficavam curados
E deixando os demais aliviados!...
Manuel Nunes Francisco ©®
- Imagem da net -
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
DIA MUNDIAL DA POESIA...
Perfeita, ou imperfeita, é poesia,
Nunca havendo somente um dia,
É sempre quando o poeta quiser,
Escrita por homem, tanto mulher...
É sonho, revolta, ou romantismo,
Quer cosmopolita, ou bairrismo,
Palavras endereçadas à amada,
Honra lhe seja feita e abençoada...
Cujo contorno será vida em prosa,
Por espinhos, ou uma florida rosa,
Em pétalas e aromas de encantar...
Poesia, é dar outro sentido à vida,
Saber doar, doce missão cumprida,
Recebendo críticas em verbo amar!...
Manuel Nunes Francisco ©®
- Imagem da net -
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Feira Nacional do Cavalo ...
. HOJE SABES TUDO E IGNORAN...
. SOMOS, MAS QUEM SOMOS!?.....
. LOUVADO NOME E ENCANTO TA...
. VELHA LISBOA, QUE SAUDADE...