PENSAMENTOS DISTORCIDOS...
Tristemente, há quem fale a minha língua,
Mas que não os consigo entender,
Pela distorção naquilo que falam,
Seja na voz, tão-pouco no pensamento,
Que soletram palavras à míngua,
Para que ninguém os possa perceber
E no pouco que oiço já cansam,
Seja qual for o momento...
Falam muito, – demasiado! –, nada dizendo
E haja, quem quer que seja, os contrariar,
Pois que são senhores do conhecimento
E do saber, sem volta a dar,
Vendendo o que outros vão escrevendo,
Sem qualquer outro assunto para ensinar,
Afirmando que sou eu o jumento,
Enquanto comem resmas de palha sem parar...
E eu ouço, fazendo-me de surdo,
Pois que a manjedoura não me cheira,
Quanto mais o feno que carregam,
Nas palas feitas à medida...
Só que não consigo ficar mudo,
Descarregando tudo à minha maneira,
Levando o vento aquilo que zurram,
Desferindo coices na despedida!...
Caso não gostem, têm bom remédio,
Fazendo como eu, quando não gosto,
Comendo tudo em pratos limpos
E não alimentando cegueiras...
Não me sirvam refeições de tédio,
Seja de manhã, ou ao sol-posto,
Com pratos de furar os tímpanos
E em condimentos das piores asneiras!...
Sei fazer parte de um grupo restrito,
Duvidando se de uma quanta minoria
E não havendo provas de tal afirmação,
Muito menos de um tão concreto...
Continuando a defender o quanto dito,
Indo contra qualquer outra sabedoria,
Estando-me nas tintas se tal seja negação,
Mas não me vergando a quem se diz de mais esperto!...
Sou parte dessa tal definida pequena parte,
Em pensamentos pessoais e que me assistem,
Não querendo saber, nem discutir fundamentos,
Nem me sentar no banco que não me agrada...
Comendo e comungando neste norte de minha arte,
Bebendo das águas e cujas algo me dizem,
Não querendo saber de quais outros argumentos
E poeiras que se levantem por paralela estrada...
Sinto tamanho orgulho nesta minha diferença,
Essa tal e que nunca vos passou pela decisão,
Pois que seguem tudo aquilo que vos vendem
E sem nunca sequer saberem o que compram...
Sinto a liberdade, nesta resoluta indiferença,
Passando ao lado de toda a vossa podridão,
Leitores de livros e doutrina de quantos vos mentem
E recolhendo ventos de uns espertos que os sopram!...
Manuel Nunes Francisco ©®
- Imagem da net -
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Vingança do chico-esperto...
. Dia Mundial do Teatro, a ...
. Liberdade e Prazer Motoci...
. POVO QUE ELEGE CORRUPTOS....