ÁGUAS DE OUTONO
Chuvas suaves de Outono,
Águas carregadas de melancolia,
Molhados pingos, ao abandono,
Lágrimas do tempo, dia-a-dia...
Fazendo as pazes com a poeira,
Com a terra, sobre a qual cai,
Lavando os restos de certa eira,
Assim como o céu, de onde sai...
Águas e momentos de reflexão,
Tépidas despedidas de um Verão,
Nas entradas de frios suaves...
Lavando as penas de tantas aves
E remorsos de pensamentos,
Pelas horas de sentimentos!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
CUSCOS, ESSA SEITA...
Qual cusco que tento, espreito à volta,
O mundo, as pessoas, esses empertigados,
Pelas frestas, portas e quantas janelas,
Quero tudo observar, digamos, cuscar...
Aspiro infiltrar-me na vida alheia,
Ser como tantos outros, verdadeiros cuscos,
Aqueles, cujos cozinham sem panelas,
Sempre em grandiosos cozinhados,
Em lumes atiçados e faúlhas à solta,
Por ementas que hão-de sempre inventar,
Em pratos que só nos provocam diarreia
E mesas postas em dias lusco-fuscos!...
Doutorados em cusquice e pela vida,
Suprema universidade e profissão de futuro,
Em cujo desemprego não haja sequer medo,
Numa forma tão concreta e decidida,
Mostram o mais diverso e abastado diploma,
Verdadeiros artífices na arte de vasculhar,
Espreitando tudo o que seja alheio
E sempre no mais destemido paleio,
Inventando, sem importar no que irá dar,
Somando e acumulando, em cima de soma,
Fazendo e sem pedras, um enorme muro
E destilando águas, vasculhadas do segredo...
Sou cusco, procurando nos vossos inventos
E tentando cuscar esses princípios nojentos!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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EXIGÊNCIAS À VIDA
Que mais a exigir da vida
E quando esta nos é dada,
Sendo pior na despedida,
Se tanto mais abençoada...
Nada havendo a reclamar,
Por pouco que tal ofereça,
Havendo por sorte chamar,
Se qual maleita a esqueça...
Tudo o mais ficará de lado,
Sem espaço nas tais malas,
Aquelas que eram as palas...
E cujas nada deixavam ver,
A quem houve fraco saber
E tardou a ver-se enganado!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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QUEM ME DERA... II
Quem me dera…
Que o mundo fosse bola de poesia,
Página escrita por uma fera,
Libertando-o da agonia!...
Que fosse caminho de encontros,
O lírico realismo do poeta audaz,
Aquela paz dos desencontros,
A pontuação doce e contumaz…
Quem me dera saber o refrão,
De quantos me dessem razão
E sem desculpas negligentes…
Rodar o Universo ao inverso,
Por escrita de um eterno verso
E para deleite de inteligentes!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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NINHO DE VÍBORAS...
Vão-se deslizando as víboras,
Seguindo em frente, entre sombras,
Enquanto se atiram às vítimas
E engolindo-as, por tais manobras!...
Silvam, rasgando os olhos
E que, por surdas, nada ouvem,
Injectando veneno aos molhos,
Sobre os corajosos que sobrem!...
Alimentam-se de indefesos seres,
Serpeando os corpos ao Sol,
Ocupando-lhes a toca e haveres...
São lindas e inofensivas, dizem,
Todos os rastejantes do mesmo rol,
Pelo obscuro e naquilo que jazem!...
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QUE ARDAM NO INFERNO!...
Com suas asas de veludo,
Se aproxima o vampiro...
Numa asa traz a seringa
E na outra transporta a morte!...
Traz recomendações em papiro,
A mando de um tal cornudo,
De uma agulha o sangue pinga,
Que Deus nos livre de tal sorte!...
Passeia-se por terra e por mar,
Ostentando os seus poderes,
Desconhecendo o verbo amar
E vendendo falsos saberes!...
Mas há compradores que aplaudem,
Tais negócios dos vendedores
E nos milhões que arrecadem,
Sendo aplaudidos de amores!...
Seja, mas que todos ardam no Inferno,
Pelos corpos em frio de Inverno!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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MUNDO DE ASSASSINOS...
O mundo abarrota de assassinos,
Sempre que se fala em vacina...
E o tal vírus, é de todo o menor!...
Vacina-te, não negues que te matem,
Pois estás nesta Terra a mais!...
O negócio foi bem montado
E tu sempre fizeste parte dele,
Sendo que tem de continuar
E a conta de uns quantos engordar!...
Pois ela engorda-se de mansinhos,
Com tamanha conversa fina,
Sem que olhem a qualquer dor!...
Alimenta-os, a que se fartem,
Por quanto engodo em que cais!...
Eles desejam esse corpo picado,
Como besta que se sele,
Cuja montem, até estoirar
E se nada mais possas dar!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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A TODOS QUANTO AGRADEÇO...
Agradeço a esse meu pai Sol,
À minha aventurada mãe Terra,
Tal como à minha irmã Lua,
A tudo quanto à sua volta...
A quanta abençoada natureza,
Ao espaço de casa no Universo,
Aos seres que me acompanham,
Principalmente de outra génesis,
Aqueles que não me perjuraram,
Mesmo que nada lhes tenha dado...
Fico grato ao meu modesto lençol,
Que suportou esta minha guerra,
Por quanta vida, crua e nua,
Fosse quanto mais andou à solta...
Aos meus pensamentos de incerteza,
Por andamentos do mais adverso,
Aos que me ouvem e não se acanham,
Desse meu selectivo rol sui generis,
Cujos sempre a meu lado ficaram,
Quer no topo, quer rebaixado fado!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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SÓ, COM OS PENSAMENTOS!...
Entrelaço-me nuns pensamentos,
Entregue ao silêncio das palavras,
Rasgando caminhos aos adventos
E necessitando trilhos de cabras...
Nalguma romaria de mim próprio,
Saboreando o odor e tal liberdade,
Um tanto pés doridos, mas sóbrio
E na ânsia do encontro da verdade...
Essa, cuja já de pouco se encontra,
Tanto de raro, em vias de extinção,
Como se livro poeirento na montra...
De tão antigo, qual já foi esquecido,
Fazendo parte da história de ancião,
Verdade morta e leitor adormecido!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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A IMPORTANCIA DO CAFEZINHO – LOOOOOOOOL
Dois leões fugiram do Jardim Zoológico Na fuga, cada um tomou um rumo diferente. Um dos leões foi para as matas e o outro foi para o centro da cidade. Procuraram os leões por todo o lado, mas ninguém os encontrou. Depois de um mês, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas. Voltou magro, faminto, alquebrado. Assim, o leão foi reconduzido a sua jaula. Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrou do leão que fugira para o centro da cidade, quando um dia, o bicho foi recapturado. E voltou ao Jardim Zoológico gordo, sadio, vendendo saúde. Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para a floresta perguntou ao colega: - Como é que conseguiste ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com saúde? Eu, que fugi para a mata, tive que voltar, porque quase não encontrava o que comer ... !!! O outro leão então explicou: - Enchi-me de coragem e fui esconder-me numa repartição pública. Cada dia comia um funcionário e ninguém dava por falta dele. - E por que voltaste então para cá? Tinham acabado os funcionários? - Nada disso. Funcionário público é coisa que nunca se acaba. É que eu cometi um erro gravíssimo. Tinha comido o diretor geral, dois superintendentes, cinco adjuntos, três coordenadores, dez assessores, doze chefes de secção, quinze chefes de divisão, várias secretárias, dezenas de funcionários e ninguém deu por falta deles! Mas, no dia em que eu comi o que servia o cafezinho... Estraguei tudo!!!
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