MUNDO SEM SOLUÇÃO...
Ah, este mundo, no qual a razão é estéril,
Terra áspera e bravia, sem menor solução,
De gentes secas, vazadas de sentimento,
Bebendo do que resta, em tamanha ilusão,
Numa mão o ódio, pela outra o projéctil,
Fechando os olhos a qualquer sofrimento!...
Universo mesquinho este, sem volta a dar,
Num seu mais profundo contorcionismo,
Não de sua vontade, mas dos seus filhos
E cujos a si próprios se teimam enganar,
Por todo e quanto surreal malabarismo,
Falsas corridas e tropeçando nos atilhos!...
Ah, pobre Terra, tu que nos viste nascer,
Que será feito de ti, por tempo vindouro,
Num caminho das trevas, espaço a arder,
Lanças, canhões, pelo que armas são ouro,
A que nada mais interesse, senão ganância,
Enquanto luz, paixão, são mera ignorância!?...
Rios, oceanos, montes e vales, belas serras,
Tudo se tornou abstracto e sem um sentido,
Pelas mais diversas rotas dominam as feras,
Sequer importe tal rancor por desmedido,
Se esquecem os mais velhos amigos, irmãos
E nos seus problemas cada um lava as mãos!...
Ah, pedaço de chão, em teu cosmos perdido,
À espera desse profético e repentino apagão,
Em que nem o vento soprará, de tão vencido
E cada qual manipulando as tábuas do caixão,
Chorando por leite derramado, na despedida,
Pagando a factura da sua longa conta pedida!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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