VOAM PARDAIS...
No meu campo voam pardais,
Ternas fêmeas de seus machos,
Saltitando de contentes,
Pulando de árvore em árvore,
Dos mais distantes riachos,
Nos seus voos, tão ardentes,
Merecidas estátuas de mármore,
Nuns quais contornos carnais...
Vêm poisar à minha mão,
Debicando em quanto lhes dou,
Agradecendo, com paixão,
Esta mão, de quem sonhou,
Cantarolando umas cantigas,
Seus chilreares de prazer,
De quais loucuras antigas
E que eu tento devolver...
São os desatinos, que entendo,
Num tempo que vai morrendo,
Que me esfregam suas penas,
Num conforto imaculado,
Em palcos de quantas cenas
E em que fico deslumbrado...
Ai, de quando não devolverem
E não voltando ao meu espaço,
Sem que neste corpo se esmerem,
Tais carícias que lhes faço!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
SOU UM RIO E NASCENTE
Sou um rio do meu nascente,
Com destino no desaguar,
Percorrendo o meu caminho,
Por entre margens que confio,
Sempre na minha corrente,
Naquele meu fiel leito,
Procurando ondas do mar,
Numa paixão de peito,
Deslizando sempre sozinho,
Ou brilhando num outro rio...
Sou um rio turbulento,
Fazendo tempos de pausa,
Recuperando as forças,
Das corridas que me causa,
Ou curvas que me surjam,
Descendo por cascatas,
Outras vezes de gatas
Em águas que me sujam,
Bebedouro de corças
E entregue ao momento!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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