CRIANÇA QUE SOU!...
Como os demais, nasci criança
E qual catraio quero morrer!...
A passagem foi-me sentença,
Do melhor e algum sofrer!...
A natureza foi meu infantário,
Onde brinquei tantas vezes,
No meu mundo imaginário,
Entre sedentários e malteses!...
Quero continuar a criança eterna,
Como tantas vezes minha mãe dizia,
Sonhar, numa desconfiança serena,
Vivendo a vida sem azia...
Como recordo tais palavras maternas:
"Hás-de ser sempre um puto"!...
E, para esta criança, serão eternas,
Até que a vida me estenda luto!...
Sou uma criança na pele de adulto
E assim pretendo continuar...
Mesmo pela escuridão em que luto
E por entre um qualquer azar!...
Travo a inocência quanto baste,
Tampouco me deixo espezinhar,
Da vida escolho a melhor haste,
Por caminhos de brincar!...
Nasci criança, qual miúdo eterno,
Não pretendo alcançar o céu,
Preferindo as portas do Inferno,
Por quanto o que tenho de réu!...
Saúdo o mundo das crianças,
Homens e mulheres que o são,
Que se libertaram de crenças
E bebem um pouco de ilusão!...
O mundo foi-me espaço de fantasia,
Num jogo de bola colorida
E pelo quanto a vida me prometia...
Embora criança toda a vida!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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