AREIAS DE CONTORNOS
São investidas, de vai e vem, pelas praias,
Roladas ao longo das tão extensas areias,
Agradecidas ondas, doces lágrimas de rio,
Quantas incertezas, amores de desconfio.
Desfazem-se e enrolam-se, por tristezas,
Quantas outras de imensuráveis alegrias,
Quão oscilantes temperaturas e rendidas
Aos quantos, como elas, depois vencidas.
Mesmo que nunca vistas ao que querias,
Nem deixando o estatuto de matreiras,
Contornam corpos seminus, ou despidos,
No encanto e outros tantos ressequidos,
Mas inchados, tais as cegueiras benzidas
Em tantas areias e mais que revolvidas...
Ondas e abafo a outras ondas corporais,
Abraçadas por mariposas demais banais,
Tentando dar nas vistas num impossível,
Quanto mais aos olhos do compreensível.
São meras, absurdas provas a devaneios,
Passagens céleres e modestos veraneios,
Longe de olhos e de confusões habituais,
Camaleónicas ilusões, calmas espirituais...
Tais ondas, levam e trazem, essa espuma,
Águas salgadas e no esplendor da bruma,
Numa refectida luz sobre manto de praia,
E aquecidos corpos, sobre cálida cambraia
E num esfreganço de cremes sobre corpos,
Quantas vezes disfarçados nos contornos...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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