CONTOS DE FANTASIA
Encontro-me perdido por esta floresta,
Nestes pântanos de areias movediças,
Ovelha negra no meio de um rebanho,
Escolhido pela mais devoradora besta,
Rodeado de falsidades, tantas crenças
E como criança afogada no seu banho.
Leitor de contos negros e devastação,
Escritas diárias de azul sobre as letras,
Ocultando as verdades, na exploração
E deixando imprimir o que são tretas,
Nos negócios de parceiros e mentiras
E numa vontade de os fazer em tiras.
Jornalistas de convento e de calúnia,
Enfartando e bebendo por tal conta,
Construindo lindos castelos de areia,
Usando da ignorância, pasmaceiras,
De quantos os apoiam pelas dunas,
Pois as ondas não são a sua monta.
Nesta fértil imperícia, vemos razão
Em todo e qualquer conto poluído,
Truques a que não se arrependem,
Diárias montras, ofertas de ilusão,
A quanto e mais honesto carecido
E nos interesses a que se vendem.
São contos da carochinha, sonhos,
Que nos espalham porta adentro,
Em semelhante praga de piolhos,
Farsas, jogos e em que não entro
E não porque seja o mais esperto,
Mas que há muito ando desperto.
Jornalistas, jornaleiros, tanto faz,
São já poucos existentes e capaz,
Mas por de mais os maltrapilhos
E que nos impingem trocadilhos,
Pois, que não tendo outro saber,
É bosta que nos tentam vender...
Amestrados parceiros de víboras
E charlatões, vestindo de santos,
Usados de frente, perfeita pega...
Ao dinheiro, que ninguém nega,
Às mais diversas e reles intrigas...
Porcos, grunhindo, como tantos.
Esculpindo as guerras de loucos,
Com gente a morrer aos poucos
E nós, olhando, feitos de moucos,
Tudo engolindo, calmos, calados
E olhando para os diversos lados,
Evitando a luta, feitos de parvos.
À mesa de cabeceira paira a luz,
Na penumbra do jornal e já lido,
Papel manchado por manchetes
Que nada na verdade nos induz,
Que deveria ter sido consumido
Em chama de lenha e briquetes.
Pobre cultura e em tais médias,
Em que tudo é validado e usual
E pouco mais resta de tão sério,
Em promoções do fácil e banal,
Semelhante droga nas artérias,
Em orgias de festa sem critério...
E que as prensas têm que rolar,
Seja que notícia e de onde vier,
Tal que o importante é o valor...
Dos cifrões e seu doentio sabor,
Omitindo o que não for pra ver
E aniquilando quem ouse lutar.
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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