ESTE POVO, QUE TAMBÉM É MEU...
Pão e vinho, umas bejecas,
Sardinhas gordas, bem assadas,
Uns couratos para acompanhar,
Fado e futebol, um pouco de religião,
Coscuvilhice pela vida alheia,
Mais importante que a própria vida,
Um circo bem montado em São Bento,
Não importa se com bilhetes de lamentos,
De um povo que bate palmas,
Empenhando as suas almas,
Já sem pão para sustento,
Nem passos que atinjam metas,
Vivendo na maior confusão,
Enquanto outros de barriga cheia,
Na forma mais desmedida,
Dando ouvidos a vozes desalmadas,
Sem travarem, enquanto tempo de parar!...
É este o meu povo,
No seu orgulho e sangue lusitano,
Não procurando nada de novo,
Num deixa andar tão tamanho,
Indolente e deveras tacanho,
Pobre de mente e de seu pano!...
Gente, que encostou, acomodada,
Nuvem negra de quantos antepassados,
Que pensam andar acordados,
Mortos-vivos e deambulando,
Prisioneiros de crenças e de bancos,
Vivendo nos seus encantos,
Na maioria pasmados,
Em quantos sonos desencontrados,
Por pesadelos de uma vida assombrada
E sem entenderem esse seu fado,
Num eterno cabresto de jumentos...
Este povo, que também é meu,
Mas entregue ao espírito que morreu!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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