FILHO DE QUALQUER AGONIA...
Sou filho da Mãe Natureza,
Pelo Sol trazido ao mundo,
Neto de uma qualquer explosão,
Navegando em mar profundo,
Não sabendo se em tal certeza...
Os rios, são as minhas veias,
Correndo-me o corpo, como teias,
Numa pele, de tanto um lamaçal,
Enquanto os ossos o granito,
Sustentando este altar,
Muito quedo, mas demais aflito!...
Os meus braços, são as árvores,
Bem direitinhos ao azul celeste,
Um tanto feitos de cadáveres,
Desfalecendo numa Terra agreste!...
Os troncos são minhas pernas,
Já nem tanto agarradas à terra,
Sentindo saudades das cavernas
E fugindo a tanta guerra...
Sou filho de um mundo e aborto,
Chorando, pela pior razão,
Cada qual no seu conforto
E tudo tentando alcançar,
Tendo sede e bebendo água com sal!...
Choro, por tanta ignorância
E num mundo a morrer de fome,
Preso a quanta relutância,
Dormindo neste Universo que não dorme!...
Sou filho de quem está a morrer,
Cada vez mais a sofrer,
Perguntando o que será de nós, – já não de mim! –,
Quando o que resta chegar ao fim?!...
Manuel Nunes Francisco ©®
- Imagem da net -
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