FILHOS DE FANTASMAS
Somos filhos de fantasmas
E fantasmas não têm paz,
Deambulando pelas ruas,
Cada qual no que é capaz.
Somos armas, somos vítimas,
Somos o que mais quisermos,
Almas penadas, malditas
E presos no que fizermos...
Amordaçados nas acções
E naquilo que dissermos,
Se não procurarmos razões
Para a vida a que nascemos.
Presos ossos por arames
E cangalheiros por conta,
Aguentando vexames,
Olhados de pouca monta;
Somos almas que não contam
E nos tempos que advêm,
Pensamentos que estorvam,
Nas palavras que contêm...
Somos tudo e sendo nada,
Se nunca fizermos por tal,
... Triste rota malfadada,
Deste enfermo Portugal;
Passeantes mortos-vivos,
Bem estatelados e ao Sol,
Como o Diabo e sabidos,
Mas com penhoras no seu rol...
Amanhã é mais um dia
E não importa o que seja!...
Há que esquecer a azia!...
Que nos sirvam de bandeja!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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. UNS SOBEM, OUTROS DESCEM!...
. SIGO NAS CALMAS, OLHANDO ...
. SOBREVIVÊNCIA NO SILÊNCIO...