LUZES E SOMBRAS
Sigo o meu caminho e confiante,
Com a luz ao fundo, no distante,
Certas vezes nas sombras da luz,
Ou sombra que a própria produz.
É preciso continuar, num destino
Que reclama nas suas incógnitas,
Tantas vezes um tanto com tino,
Outras porém sobre pedras soltas,
Tais em que tropeço nesse escuro,
Ou demasiada luz que encandeia
No luzidio tão poeirento traçado,
Em que ninguém esperança semeia,
Pó na goela de algum desgraçado
E na vontade do grito... do tal urro!
Entretanto, sigo calmo e sussurro
No meu silêncio, próprio de burro,
Que todos nos vamos habituando
E sem rumo nos vamos afogando...
Poderá minha opinião ser um erro,
A minha escrita demasiado singela,
Em minhas palavras de tão sincero,
O poeta, chamado de meia-tigela,
Mas nunca serei ilusão, o desespero
Nesse teu pântano, que não quero.
Serei tudo, no meio deste turbilhão,
Tudo, neste espaço de proxenetas!...
Serei alvo de confrontos à tua mão
E das tuas desumanas travessuras,
Objecto desta casa de prostituição,
Filho da puta, quem sabe, cabrão
Colocando os cornos na tua cabeça,
Pois não sou corno que obedeça!...
Nesta escuridão, sigo este caminho
E hei-de chegar... tão de mansinho!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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. UNS SOBEM, OUTROS DESCEM!...
. SIGO NAS CALMAS, OLHANDO ...
. SOBREVIVÊNCIA NO SILÊNCIO...