MORTOS-VIVOS
Somos gente acomodada
E pessoas de pouca força,
Dormindo, de mal acordada
E sem que alguém por nós torça.
Somos aquilo que merecemos,
Por tanta falta de orgulho
E tanto ao fundo descemos,
Nesta tristeza e barulho.
Vivendo cada dia à rasca,
Sem a vontade para lutar,
Passando o tempo na tasca,
Ou por casa e a lamentar.
Esperamos um Sebastião
E que nos venha para salvar,
Esperando, nesta confusão,
Na calma e no deixa andar.
Somos esse povo tão feliz,
Diz o Governo e com razão,
Pois se é ele quem nos o diz,
Nem há direito a discussão.
Dancem e saltem, de contentes,
Pois que a vida são dois dias
E com promessas e foguetes,
Te convencem do que querias.
Neste andar de mortos-vivos,
Vamos seguindo o caminho,
Adorando ser enganados,
Com estaladas no focinho...
Acordem, que chegou a hora,
Deem coices, basta de festas,
Ao que, por esse mundo fora,
Há quem vos alcunhe de bestas!
Essas mentes engravatadas,
Que vos iludem a preceito,
Comem-vos as veias sugadas
E despojam o vosso leito.
Ai, almas lentas e penadas
E já sem rumo para a vida,
Deixem de ser almas mandadas,
À espera da despedida!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. UNS SOBEM, OUTROS DESCEM!...
. SIGO NAS CALMAS, OLHANDO ...
. SOBREVIVÊNCIA NO SILÊNCIO...