NO REVERSO
Podem navegar da Terra à Lua
E em mais que seja à sua volta,
Sentir vestes e com a pele nua,
Ser corrupto e andando à solta;
Podem adoçar o mar com mel,
Negar as labaredas do Inferno
E confeitar guloseimas com fel,
Dizer que o Verão é o Inverno,
Apagar a intensa luz do astro,
Soprar os ventos com um fole,
Construir, em barro, fiel castro,
Adornar ferro com maço mole,
Ouvir as palavras de um mudo
Em quanto e belo para contar,
Sussurrar segredos a um surdo,
Começar uma guerra a acabar,
Oferecer esmola ao milionário,
Roubar um pobre, já sem nada,
Chamar de louco ao visionário...
Porém que a terra gira parada,
As árvores nascem ao contrário,
Que a morte são contos de fada
E que os jazigos são fontanário...
Que a panaceia foi encontrada!
Mas algo é real e mui doloroso,
Mesmo que não queiramos crer:
Este mundo é trajecto duvidoso,
Dando gozo ver outros a sofrer...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. SOCIEDADE DE INDOLENTES.....