PONTE DE MADEIRA
Desta ponte, de madeira, olho o mar,
As ondas que tropeçam no areal,
As gaivotas que se atrapalham
E o céu, que transpira sobre as rochas.
Desta ponte, observo o que não vejo,
Ao longe, em qual e tamanho desejo...
Sinto aqueles marinheiros, naufragados,
Que ainda tentam sobreviver a tempestades,
Que gritam por socorro, ouvindo-se um rezar,
Por derradeira clemência celestial...
Sobre tal madeira, caiem águas de passados
E que ao mar se espalham,
Enquanto, nalgum sofrer, tantas horas,
Não enfrentas percorrer esta visão
E mesmo sem que procures a razão.
Desta ponte, de tão percorrida madeira,
Procuro entender qual melhor maneira,
De atravessar o mar, calcando as águas
E, em alto-mar, lavar quantas mágoas,
Em cantos de sereias, rodeado de ilhas
E saber que as ondas são minhas filhas...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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