PUDERA EU SER...
Ah, pudera eu ser um outro alguém!...
E não um qualquer, mas a perfeição,
Nunca um senhor da absoluta razão,
Simplesmente indo tão mais além!...
Ah, quem me dera ser mais que sou!...
Ter a mais soberba, víscera sabedoria,
Ser argonauta e entregar benfeitoria,
Dar ao Mundo toda a água que secou!...
Cortar a direito, nunca em contramão,
Ser o apóstolo de doutrina esquecida,
Sem medo de qual ideia escarnecida,
Ser Deus, mas com o Diabo pela mão...
Acusação, no profundo do mais Inferno
E ouvi-Lo, mas na protecção de Lúcifer,
Ao que as chamas não iriam arrefecer,
Nem nomes apagados de seu caderno!...
E tais seriam escritos de rubro sangue,
Caneta, a vermelho, dita permanente,
Tinteiro cheio, do corpo ainda quente
E de quem por demais tanto exangue!...
Ah, se pudesse e tanto mais mandasse,
Tal miserável mundo outro rumo teria!...
Ah, se estas estrofes fossem protectoria,
Ou se a minha escrita quão alto falasse!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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