SE CHEGUEI, OU DE PARTIDA...
Não sei se cheguei, nem se estou de partida,
Se tenho atacadores para os sapatos da vida,
Se possuo fôlego para avançar nesta corrida,
Ou se permaneço por aqui e por despedida!?...
Se desarrumo a trouxa, ou se atulho as malas,
Aquelas que me acompanharam por vassalas,
Servindo-me sempre que preciso e sem falas,
Ao que a vida nos encosta a tamanhas escalas!?...
Nem sei caminhos, cujos me restam para andar,
Entre pedras e areias, espalhadas para dificultar,
Ao que a vida é madrasta, sem consolo para dar
E, seja por que recta final, nem nos ousa escutar!...
Só agora aqui cheguei e sem ninguém a esperar,
Com as solas de tão rotas, dez dedos a espreitar,
Pelo terreno que pisei e de vermelho a sangrar...
Agora aqui me encontro, sem sapatos para atar!...
Descalço vou continuar, naquilo que nunca tive,
Correndo atrás de sonhos e na vida que se vive,
Ao que escrevi com a luz, na arte em que estive
E sabendo eu morrer noutra que não sobrevive!...
Porém, a coragem há tempos que superou a dor,
Não importando o rumo das nuvens, nem a cor,
Sequer a força com que sopram, num seu rumor,
Importando as águas que deitam em esplendor...
Regando todas as artes e semeadas ao Universo,
Mesmo as minhas, tão comuns e por fraco verso,
Sabendo o quanto sou destemido e controverso,
Pelo que aqui cheguei, sem qualquer retrocesso!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. ALEGRIAS... TALVEZ QUE EM...
. MotoManiacs MotoStore - O...