SOU AQUILO QUE DO MUNDO RESTA!...
Sou cepa que bebe entre a rocha,
Arbusto pendente na encosta,
Rochedo que vai rolando,
Torga que resiste ao fogo,
Lume que arde sem se ver,
Farol do cabo do mundo,
Entrando pelo mar mais profundo,
Poderosa luz de uma tocha,
Pela noite de quem perdido,
Animal sangrando, de ferido
E até ao final lutando...
Sou réstia do que queria ser!...
Sou água que mata a sede,
Fonte e rio de quem me pede,
Mesmo de quem de mim não gosta
E nunca encobrindo o jogo!...
Sou aquilo que do mundo resta,
Alma errante pelas estradas,
Sombra nascida nos matagais,
Assombração dos chacais,
Deambulando pelos campos,
Conversando com os animais,
Em termos um quanto banais,
Resistência a quem não presta,
Evitando palavras malfadadas
E fugindo de imensos santos!...
Sou força do tempo e do vento,
Soprando aos quatro cantos,
Em vidas que nem sequer comento!...
Sou aquilo que sou e quero tanto,
Mesmo pelo meio de prantos...
Sou espada da verdade,
Flor de um perfeito jardim,
Gume a quanta maldade,
Espinho da roseira que há em mim,
Néctar da melhor colheita,
Cujo a mim próprio deleita
E brindando a tanto espanto!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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