DEIXA-TE DE MERDAS, PASSAGEIRO...
Deixa-te de merdas, passageiro deste mundo,
De guerras, invejas, arrogâncias e de drogas,
Pelo que este Universo é parte da tua coragem,
E, todavia, nunca daquilo que te é dita destruir,
Tão-pouco arrasares quem tanto te adora,
Desde o teu humilde berço e pela vida afora,
Porém, sem que sirvas para certa vassalagem,
Escolhendo aos teus problemas enriquecidas horas,
Contrariamente a quanto de momento jogas,
Procurando novo bilhete à tua hora de partir
E nunca embarcando em trem de túnel ao fundo!...
Limpa a tua mente das cinzas lúgubres da vida,
Procurando o branco da suprema partida,
Alinhavando todos os percalços que encontrares,
Transformando tudo numa invejada indumentária,
Construindo alegrias na tua passagem diária,
Seguindo as mais idealizadas fantasias,
Todas aquelas que fazem rodar o Universo,
Sonhos, que nasceram no teu berço de criança
E te acompanham, caso os faças de amigos,
Dando aos problemas novos ares,
Catalisadores das mais perversas melancolias,
Qual perfeito desenvolver ao melhor verso,
Ninho acolhedor de quantos vivem sem abrigos,
Após noite gélida, em nascer de nova esperança!...
Deixa-te de trampas, amigo e companheiro,
Pois, meramente, estás de curta passagem,
Goza a tua única vida, manda foder o dinheiro,
Olha o céu, as nuvens, as estrelas, a Lua...
Deixa-te de tresloucados preconceitos,
Navega os rios e mares da vida, os seus leitos,
Mesmo se feitos das lágrimas de aquando choras,
Procura líricos portos de soberba ancoragem
E fitando o azul-celeste, vestido de mente nua!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
CICLOS DA VIDA...
Nascer, é uma possibilidade,
Viver, é tal delicado risco,
Envelhecer, é enorme privilégio,
Morrer, uma tamanha sentença...
Todos recebemos uma certidão de óbito,
Ao milésimo segundo de nascença,
Depois, é fazer jogo de peripécias!...
De meu pensamento, morrer não faz parte da vida,
Porém, da morte!...
Do nascer, ao viver, é fantástica galopada,
Por entre prados e florestas, se não serras,
Descendo a vales e subindo outeiros,
Na mais polida rocha cinzelada
E encontrada à nossa medida,
Resistindo através da idade,
Contrariando relógios e ponteiros,
Umas vezes à pesca, outras como isco,
Pelo infortúnio, ou por egrégio,
Descobrindo sempre novas audácias,
Por entre jogos de sorte,
Sobrevivendo a quantas feras e guerras,
Nas mais distintas lutas de mérito!...
São desalinhados ciclos da vida e de afeição,
Sem que se descodifique o destino,
Nalguma maior procura da perfeição
E adormecendo em sonhos de menino!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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ATEU E PECADOR...
Ah, eu, ateu e pecador,
Gostaria de ser Deus,
Reconstruir todo este planeta,
Dar novo semblante à vida,
Retirar créditos a quem tal não merece,
Castigar os filhos ditos meus,
Pelas desobediências que consomem
E naquilo que não lhes derramei,
Pois que me são filhos, mas ateus,
Mesmo que não se reconheça,
Longe daquilo que está escrito,
Em tal Livro Sagrado, –pelo homem!–,
O mais vil animal ao de cima da Terra
E, ao que se consta, a mim devida!...
Ah, porém, gostaria de ser o Diabo,
Levar as bestas, almas negativas, pro Inferno,
Temperá-las, a meu e maior bel-prazer,
Naquele caldeirão e labaredas a tais destinadas...
Torrá-las, dando-lhes a têmpera que merecem,
Pelo arrefecimento que me causam,
Nesta perdida imensidão do cosmos!...
Sou um deus que nunca esquece,
Tudo e quanto me causa dor,
Contrário a Deus, seja o Diabo e direitos Seus,
Em tanto aquilo e tamanho dito,
Por linhas tão obstinadas!...
Não sou eu que faço qual guerra,
Mas Seus filhos, no seu lazer,
Algo que tanto se esquecem,
Ao tom da banda que dançam e não se cansam...
Assim, de tal Pai não me chamem,
Por mais Deus que gostasse de ser
E por quantos a mim chamei!...
Ah, como gostaria de ser Deus, na sua força,
Ou o Diabo, ao fim e ao cabo,
Fazer os ajustes necessários,
A este mundo, já sem trambelho,
Cujo já não aceita qualquer conselho,
Todos cantando, que nem canários,
Notas sonoras desafinadas,
De mentes tão desvairadas!...
Deste meu pensamento não reclamem,
Recusando voos pelos vossos céus,
Mesmo que ambos sejam uma treta,
Seguindo, eu, de mente erguida,
Seja que pela afronta do Inverno,
Em que outra estação me esqueça,
Pelo quanto daquilo que somos,
Por ruelas de pecados e breus, entre réus
E sem caminhos de se ver,
Por mais que Deus e o Diabo os torça,
Tentando, deles, uma avenida!...
Ah, quem me dera, ser Deus, na despedida,
Na volta, o Diabo, curando tal ferida!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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PENSAMENTOS DE REFLEXÃO...
Estou, por aqui, em pensamentos,
A fazer uma viagem pelo pretérito,
Recolhendo quanto desse passado,
Tempos nos quais havia moral,
Lutas pela vida, pela liberdade,
Em que era fundamental a verdade,
Símbolos de tamanho mérito,
Naquilo a designado respeito
E sem procedentes de igual!...
Criam-se-me rios de tristeza,
Afunda-se qual vontade de seguir,
Nesta minha barca, de tal dureza,
Por mares e em cujos navego desamparado,
De remos partidos e sem qualquer rumo,
Sem saber se seria melhor desistir
E ficar por porto malfadado,
Onde embarca gente feita gado,
Carnes, sem resistência, de consumo!...
Adormeço em soluços de reflexão,
Acordo em lutas de explosão,
Deitado em enxerga de acomodados
E sem esperança de fiéis soldados!...
Olho ao longe, neste tão perto,
Descortinando leitos de lembrança,
Por entre nascentes de confiança,
Sentindo o tempo de encoberto,
Por tal nevoeiro, cada vez mais presente,
Neste bosque de flora demais esquecida,
Sem qualquer perspectiva de vida
E presságio a tempestades de repente...
Tenho saudades desses momentos,
Tristeza deste mundo,
Com todo o humanismo a bater no fundo
E tal Universo a ficar desfeito!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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ESTA MESMA MÃO...
Esta minha mão, cuja dá de comer,
É rigorosa e a mesma para julgar!...
Não ousem duvidar deste meu ser,
Aquando decisão louca a esganar!...
Tão-pouco pensem que são desabafos,
Pois são pensamentos de já longe!...
Tão longe, do tempo dos mais ágrafos,
Ou no mosteiro de literato monge!...
Esta minha mão, é resolução de juiz,
Seja para quem for, mesmo do sangue,
Sendo condenação de tal minha raiz...
Não importando os meios para o final,
Mesmo que meu rosto esteja exangue...
Ao que esta corte a prumo e por igual!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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O DESTINO...
O destino demarca-nos a hora,
Todos os passos estrada afora,
De nada valendo tentar mudar,
Aquilo que o destino mandar!...
Porém, haja a audácia de lutar,
Contra o que o destino nos ditar,
Sejamos guerreiros neste mundo,
À esperança dum futuro fecundo!...
Há que levar o destino à utopia,
Por trilhos da tal ilha imaginária
E emancipando o ode da alegria...
Tornar o destino num hino celestial,
Trazer do passado tal vida lendária,
Fazer do presente um futuro musical!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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A NATUREZA E O MUNDO...
A Natureza é a minha Religião
E o Mundo a minha Igreja!...
Como é tamanha esta citação
E sábia, a quanto de sobeja!...
A Natureza é a minha Riqueza,
O Mundo, no maior tamanho!...
À parte, tudo o mais é pobreza
E ai de quem supere desdenho!...
A Natureza é o meu Real Palácio,
A Força de uma vida inigualável,
O meio do início da humanidade...
É todo o Final de tamanho rácio,
É a prova dos nove incalculável,
Prova de quem de boa vontade!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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